Uma vez que a palavra Sé vem do latim “Sedes”, que significa fundação e sede, sendo a área de ocupação mais antiga da cidade, ou berço de São Paulo, no fim do século 16. Seus hábitos e costumes foram se reformulando ao longo dos séculos. Houve algumas descaracterizações ao longo do curso, mesclando a arquitetura clássica da época, o neocolonial, barroco e o art nouveau.

 

Sustentado pela ótica religiosa durante muito tempo que por um lado ajudou a constituir seu legado e sua imagem antes de agregar-se de características marcantes no âmbito social, político e econômico da região. Durante três séculos se manteve através do que chamamos de triângulo histórico, que são as igrejas do Carmo, de São Bento e de São Francisco em um vértice, no outro formado pela Igreja de São Francisco de Assis e pela Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, que existe desde 1647 e na última ponta onde é hoje o Poupatempo da Sé, está a Igreja da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo, erguida por volta de 1750 e que manteve seu estilo até vir se tornar a metrópole que é hoje.

 

Desenvolveram largos que abrigavam atividades comerciais, religiosas e educacionais, o primeiro curso superior da cidade, a tradicional Faculdade de Direito ocupou o prédio do Convento, trazendo estudantes que mudariam a rotina da pequena cidade, além da (Fecap), a primeira escola de contabilidade do Brasil, em funcionamento desde 1902. Este edifício é um dos poucos do estilo art nouveau que resistiram ao tempo. Com o tempo ocupou-se a impressão de um bairro arquitetural mente neogótico, que fora tendência para construção de diversos prédios religiosos pelo mundo.

 

Administrado pela Subprefeitura da Sé, juntamente com o distrito da República ocupam o centro histórico de São Paulo, de onde se é possível apreciar a arte de forma geral com exposições, dança, música, cinema, teatro e literatura, o CCBB é um dos muitos exemplares de acervo cultural do coração de SP, dentro ainda conta com uma lojinha, uma cafeteria e um auditório. Um símbolo cultural que com o passar dos anos foi se adaptando às novas tradições e costumes do bairro e dando espaço para novos locais de visita. Curiosamente, dentro desse distrito, está situada a parte mais conhecida do bairro da Liberdade, a parte mais movimentada da Rua Galvão Bueno, a Praça da Liberdade e a Estação Liberdade do Metrô estão localizados, oficialmente, dentro do distrito da Sé.

 

O centro paulista cresceu exponencialmente no fim do século XIX acarretando nas primeiras construções verticais que tomavam conta das principais ruas da Sé, tudo isso porque a cultura do café se expandia na época e muitos empresários investiram em estruturas que hoje são mantidas por suas magnitudes e com o tempo passaram a exercer um papel político e econômico para a cidade.

 

O próprio Teatro Municipal é um símbolo desse desejo de se tornar moderno. Nele aconteceu a semana de arte moderna, que promoveu as vanguardas artísticas paulistanas e nomes como o de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral. Também foi responsável pela criação de um novo eixo de transformação na cidade, pois nos arredores do Teatro Municipal surgiram estabelecimentos como hotéis luxuosos, cinemas, escolas de arte e comércio e até as badaladas festas que até hoje ocorrem, como no rooftop do shopping light.

 

E desde sua origem quando adotava uma postura politizada, na criação da escola jesuíta, carregou consigo a imagem de cenário de diversas pautas e debates políticos e sociais, o que ampliou a ótica do frequente público, que se apropriou deste cenário e alimentou aspectos culturais como a diversidade de grupos étnicos, outros tipos de religião que se apresentavam em lojas e artigos holísticos ou em antiquários, da comercialização de produtos estrangeiros, desde a culinária até a música estimulou as diversas manifestações artísticas e atividades comerciais.

 

Com o crescimento da região começam a surgir os pequenos produtores, sempre com muita novidade para o trabalhador local ou o visitante breve, e com isso cada vez mais o comércio se aquecia na região, o que aos poucos estendeu-se a feiras, bancas, exposições, museus, gastronomia, ruas e ruas de comércios dos mais variados preços e públicos chamavam aos encontros das mais variadas tribos.

 

De centenas foram para milhares de pessoas que circulavam o local, agora o bairro desconstituirá a imagem conservadora com propósito único religioso para se tornar um dos centros comerciais mais procurados pelo paulista. Tanto produtor, quanto consumidor, tornou-se fácil encontrar as ferramentas necessárias para engajar o espírito empreendedor no local. E não por acaso hoje é possível se observar desde pessoas engravatadas no seu dia a dia de trabalho administrativo até pessoas vendendo sua arte ou realizando mostras e debates sociais.

 

E nisso até a prefeitura soube aproveitar, com suas obras de ampliação das estações, extensões de bairros adjacentes como Anhangabaú, República, Liberdade trazendo espaços sociais e permitindo que outras culturas adentrassem ao cotidiano de quem por ali passava. São exposições artísticas nas estações, monumentos, arborização, incentivo ao esporte, áreas de lazer, música, gastronomia, concertos, tudo pensado de forma acessível ao público a fim de mostrar o compromisso com a comunidade, a importância do estímulo à cultura, ao conhecimento e a arte além da disposição de eventos e alternativas de entretenimento somados aos marcos principais do bairro como a 25 de março, o mercadão municipal, a Catedral da Sé, dentre outros.

 

Contudo, a massa populacional acabou degradando um pouco a imagem que a Sé consolidou ao longo das décadas, a atração foi além e trouxe situações cotidianas que aos poucos tentam ser solucionadas por órgãos públicos e instituições privadas ou Ongs que atuam na região. Para que o cenário econômico continue a prosperar e o público continue a se sentir atraído pelos seus ensejos e interesses em desbravar o local e descobrir mais sobre sua história.

 

Uniu-se a concepção de um bairro histórico a um local de contexto social, as igrejas passaram a ministrar suas missas dando espaço a projetos sociais que ocorriam simultaneamente no seu interior ou ao lado de fora, fomentando assim o público que ainda muito ligado à ideais religiosos pudessem conhecer as catedrais e capelas e entender mais do aspecto social e dos programas que ali ocorriam trazendo o caráter humanístico ao local, assim sendo, deixo alguns destaques de eventos culturais e acontecimentos recentes que a Sé proporcionou aos seus visitantes: Inauguração da Praça Cleveland; 3º Festival do Café; Posse do Conselho Participativo; Mais Segurança para o Centro; Zeladoria em Números e muito mais. Além das opções de lazer que não faltam e o transporte público que é funcional.